Você sabe quais são as categorias de multímetros? Leia este pequeno artigo e descubra quais são.
Com o passar dos anos, os sistemas de distribuição de energia evoluíram e tornaram-se cada vez mais complexos e suscetíveis a transientes (picos de tensão e corrente).
Instalações com equipamentos como inversores de frequência, motores elétricos e bancos de capacitores, são exemplos de geradores de transientes, inclusive descargas atmosféricas.
Imagine você utilizando um multímetro inadequado nessas instalações e ocorrer um pico de tensão. Provavelmente seu equipamento irá estragar e você poderá se machucar seriamente.
Qual multímetro devo usar?
A IEC (International Electrotechnical Commission), organização de desenvolvimento de padrões internacionais de segurança em eletricidade, desenvolveu a norma IEC 1010, que substituiu a antiga norma IEC 348, que trata justamente da segurança em equipamentos de teste.
Foram estipuladas quatro categorias de sobretensão das instalações, conhecidas abreviadamente como CAT I, CAT II, CAT III e CAT IV.
Essa lógica de divisão de categorias é baseada no fato de que um transiente perigoso, como uma descarga atmosférica, será amortecido conforme percorre a impedância do sistema. Quanto maior a categoria, maior será a capacidade do multímetro suportar um transiente.
De forma resumida, quanto mais próximo da fonte, maior a categoria de multímetro exigida.
Todavia, outro fator de risco que é bem comum de ocorrer, é o eletricista posicionar de forma incorreta a chave seletora de medição de grandezas, como por exemplo medir tensão na escala de corrente, o que pode ocasionar um curto-circuito no multímetro, o que pode causar danos para o eletricista e ao multímetro, caso o mesmo não possua internamente o fusível de proteção.
Caso o multímetro também não possua proteção contra sobrecargas, corre-se os mesmos riscos anteriores, caso ocorra, por exemplo, a tentativa de medir tensão com a chave seletora na escala de resistência.
Isto é: devemos ter atenção em um detalhe importante: Um multímetro CAT III 600V, irá oferecer uma melhor proteção contra transientes se comparado com um multímetro CAT II 1000V.
Eventualmente isso ocorre por que, em laboratório, na simulação de transientes durante os testes de categorias, a impedância utilizada na fonte CAT III é menor que a impedância da fonte CAT II, o que significa que a fonte CAT II gera corrente muito mais elevadas que a CAT III. Nesse caso, o medidor de maior categoria sempre oferecerá maior proteção.
Ocorrerá também de encontrarmos na prática diversos circuitos onde existirão mais de uma categoria, como por exemplo, painéis com circuitos eletrônicos (CAT I) e circuitos de potência (CAT III). Nesse caso, ter sempre bom senso e optar por utilizar sempre multímetros com categorias mais altas possíveis.
Categorias de multímetros
Veja na tabela abaixo as aplicações de cada categoria.
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Olá. Sou estudante de engenharia elétrica e estou ou tendo dificuldades em compreender o que são fontes classe 2 ou classe 3, etc. Eu entendo bem a questão dessas categorias quando são aplicadas aos instrumentos de medição, mas, quando se referem às fontes não fica claro para mim. Pesquisando documentos na internet só chego à textos que citam as fontes, categorizando-as, mas não vi nenhuma explicação sobre os critérios que determinam essas categorias. O seu texto foi o que melhor falou o assunto (obrigado!), Por isso peço sua ajuda para que eu possa compreender essa classificação em relação às Fontes. Agradeço desde já!
Ailton, o critério que determina essas categorias é a suportabilidade a impulsos. Quanto maior a categoria, maior o nível de impulso provocado por sobretensões transitórias que ela suporta.