A partida direta é a forma mais simples de partir um motor elétrico, na qual as três fases são ligadas diretamente ao motor, ocorrendo um pico de corrente.
Sempre que possível, a partida de um motor trifásico com rotor de gaiola, deve ser direta (a plena tensão), por meio de um contator.
É o método mais simples, viável porém, apenas quando a corrente de partida não afeta a rede de alimentação. Lembrando que a corrente de partida de motores de indução atinge valores da ordem de 6 a 7 vezes a corrente nominal e, como a corrente nominal é em função da potência, configura-se uma situação em que a respectiva corrente de partida (Ip) deve estar numa relação com a corrente nominal da rede, tal que, durante o tempo de partida, essa corrente (Ip) não venha a alterar as condições de alimentação de outros consumidores, pela maior queda de tensão causada na rede.
Essa situação é satisfeita em uma das três condições:
- A corrente nominal da rede de alimentação é tão elevada que a corrente de partida não é proporcionalmente elevada.
- A corrente de partida do motor é pequena, não afetando a rede.
- A partida do motor é feita sem carga, o que sobretudo reduz o tempo de partida, e assim, a duração da corrente de partida, sendo tolerável para os outros consumidores a queda de tensão momentânea.
Como funciona uma partida direta?
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No diagrama de força, as três fases R, S e T são protegidas por um fusível por fase (F1, F2, F3), sendo então ligadas ao contator K1, que está diretamente acoplado ao relé térmico RT1, que interliga os cabos até o motor.
No diagrama de comando, há uma alimentação (fase-fase), e a energia vem através dessas fases, que são protegidas por um fusível por fase (F4, F5), logo abaixo, está representado o contato (95/96 RT1), que interrompe o circuito no caso de uma falha de sobrecarga.
Ao pressionar o botão de impulso S1, a bobina do contator K1 será energizada, alimentando o motor com as três fases, e fechando o contato auxiliar (13/14 K1), realizando o selo do contator K1, mantendo-o energizado após o botão S1 parar de ser pressionado.
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Quais as vantagens da partida direta?
- Equipamentos simples e de fácil construção e projeto.
- Conjugado de partida elevado.
- Partida rápida.
- Baixo custo.
Desvantagens
- Acentuada queda de tensão na rede, que causa interferência em outros equipamentos instalados no sistema.
- Os componentes do sistema de acionamento devem ser sobredimensionados, o que eleva os custos.
- Imposição das concessionárias, que limitam a queda de tensão na rede.
Como dimensionar uma partida direta?
Dimensionando os fusíveis F1, F2, F3:
IpM = (Ip/In) × In
Verificar no gráfico de curvas do fabricante do fusível, a interseção entre o tempo de partida e a corrente de partida do motor.
IpM = Corrente de partida do motor
Ao final, a corrente do fusível If deve satisfazer as seguintes condições:
1ª Situação – If ≥ 1,2 x In (Corrente do fusível deve ser maior ou igual a 20% a corrente nominal).
2ª Situação – If ≤ Ifmax de K1 (Corrente do fusível deve ser menor ou igual a corrente máxima suportada pelos contatos do contator K1 em situação de curto circuito).
3ª Situação – If ≤ Ifmax do Relé Térmico (Corrente do fusível deve ser menor ou igual a corrente máxima suportada pelo Relé térmico em situação de curto circuito).
Dimensionando o contator K1:
K1 = InK ≥ 1,15 × InM
InK = Corrente nominal do contator
InM = Corrente nominal do motor
Dimensionando o relé térmico RT1:
InRT = 1,15 × InM se T<40º C
InRT = 1,25 × InM se T=40º C
Boa noite, pra que serve o contato NF 21-22? Vi que ele não foi utilizado no diagrama de comando.
Muito boa a aula!
Boa noite João! Tem disjuntor-motor que possibilita inserir um bloco frontal com dois contatos auxiliares: um contato NF (21-22) e um NA (13-14). Esse contato NF pode ser usado por exemplo para ligar uma lâmpada de sinalização de disjuntor desligado. Obrigado por ter gostado da explicação.
gosto muito.